Refugius

     Casa grande e de público fiel, a Refugius Mega Danceteria é mais procurada pelo público da periferia da metrópole (chamados preconceituosamente de GPA - sigla para Grande Porto Alegre) de todas as idades, dos 20 aos 50, com destaque para as barbies, que chamam a atenção sem camisa. Tem duas pistas de bom tamanho, uma delas com música mais radio pop com toques de pagode, sertanejo universitário e funk, menos movimentada, e a outra, grande e sempre mais cheia, com som eletrônico, além de um espaço lounge mais tranquilo onde em geral há música ao vivo. Tem três bares, que servem cerveja que poderia ser mais gelada. O ar condicionado deixa a desejar nas noites mais quentes. Abre às 23h15 e sempre tem movimento, mas a fila anda rápido e a entrada é sempre garantida, não importa a que hora se chegue.

Refugius Mega Danceteria

Rua Marcílio Dias, 290, Praia de Belas

Sábados, a partir das 23h

http://www.refugiusmegadanceteria.com.br/

Ocidente

     O Ocidente foi bastante importante na noite gay de Porto Alegre nos anos 80 e 90, e funciona até hoje com festas gays todas as sextas feiras. Com público na casa dos 30 e 40, tem duas pistas de bom tamanho (apesar de a segunda nem sempre estar aberta), e som electropop, tendo a pista principal o ponto alto da casa: uma bela vista para o Parque da Redenção (o fumódromo feio também tem uma vista bonita do parque). Um mezanino dá uma vista legal da pista principal, e mesinhas permitem um papo para quem quer conversar num cantinho mais reservado. A caça e a pegação não são o forte do Ocidente. A cerveja é bem gelada, e o ar condicionado adequado. Não tem filas grandes e as pistas em geral não lotam, e nunca antes da meia noite e meia (em geral as festas do começo do mês enchem mais). A cada dois meses acontece a festa MixMad (especial com músicas da Madonna), e essas sim têm bastante movimento.

Ocidente
Rua João Telles, esquina com Avenida Osvaldo Aranha
Sextas a partir das 22h30
 http://barocidente.com.br/

Laika

     Quem frequentou o Laika no seu endereço da Venâncio Aires (na maioria gays moderninhos na casa dos 20 anos), fechado há mais de um ano, conheceu uma balada que no seu auge tinha filas enormes, fãs trazidos pelo seu som descontraído, mistura de radio pop e indie pop com funk e brega, num espaço amplo e atraente (isso nas festas de sábado. As festas de sexta eram e ainda são mais rock e mais hétero).

     Após uma tentativa infrutífera de abrir numa área remota da cidade, o Laika voltou para a Cidade Baixa há menos de um mês. Aparentemente reaberto às pressas, a casa ainda não tem a infraestrutura esperada (até a mesa de som dos djs é improvisada): ainda não há aparelhos de ar condicionado em número suficiente (o suor condensa nos espelhos nas noites mais quentes), e o fumódromo não tem vedação adequada (deixando as roupas de qualquer frequentador da festa com aquele cheiro de balada das antigas, pronta pra ser arremessada na área de serviço na volta para casa). A pista tem um tamanho bom, e o bar tem decoração inflável bem interessante no teto, além de cerveja na temperatura certa (e os obrigatórios combos). Vale lembrar que o banheiro masculino não tem vaso sanitário.

     Por ter recém reaberto (e pela notícia da falta de ar condicionado ter se espalhado) a fila ainda é curta, e em geral quem chega até a 1h tem entrada garantida. Mas a casa sempre enche (e em geral lá pela 1h30 a pista está agradavelmente lotada). O som e o tipo de público continuam relativamente os mesmos do velho Laika da Venâncio, e os fãs do velho Laika torcem para que esta nova versão consiga ser a mesma ótima balada que foi no endereço antigo.

Laika
 Avenida Aureliano de Figueiredo Pinto, 984, Cidade Baixa
Sábados a partir das 23h30
 http://www.laikaclub.com.br/

Casa do Lado

     Conhecida como CDL pelos frequentadores, é uma casa pequena e com público animadíssimo, majoritariamente na casa dos 20, predominantemente gay nas duas noites em que funciona (sextas e sábados), mas é hetero friendly. O som gira entre radio pop e indie pop, com eventuais gotas de funk. A casa só tem uma pista, relativamente pequena, mas tem vários ambientes onde a circulação do público é ativa e a caça forte: sofás, uma cama de casal (!), um fumódromo apertado, uma sala sem caixas de som onde o papo é mais fácil, três bares, com cerveja gelada o suficiente e os onipresentes combos (vodca + energético). O ar condicionado é adequado. 

     A noite de sábado é a mais disputada, e a fila é enorme (o principal defeito). Apesar de a casa só abrir às 23h, em geral quem chega depois das 22h30 não consegue mais uma posição na fila que permita entrar. A fila em geral é organizada e tem distribuição de senhas, mas em geral é furada pelos infinitos autointitulados amigos da dona da casa. O banheiro masculino é limpo e, apesar de não ser pequeno, tem filas grandes nos horários de pico.

Casa do Lado
Rua da República, 546, Cidade Baixa
Sextas e Sábados, a partir das 23h
 http://www.casadolado.com.br/

Por que esse blog?

     É comum quando viajo procurar no Google informações sobre a programação e a vida gay do lugar que vou visitar, baladas e bares em especial. E é muito comum que tenha dificuldade de encontrar a informação reunida num só local, detalhada, atualizada (já que a vida e a qualidade dos bares e baladas têm uma fluidez muito grande), e que não seja baseada em mera propaganda. É muito comum também que os locais que apareçam nessas listas sejam somente os mais clichês e os guetos, que estão longe de atender sozinhos os interesses do público atual, que em geral tem um perfil mais fora do armário e integrador.

     Pensando nisso, decidi oferecer uma lista detalhada e descritiva com os bares e baladas da minha cidade, Porto Alegre, que traga as informações que procuro quando viajo. Claro que por serem opiniões pessoais são passíveis de discordância e crítica. Caso essas sejam expostas nos comentários das postagens, só farão tornar o blog mais completo e mais útil para o visitante e, por que não, para o morador da cidade também.